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A Serra e seus desafios: meio limão em uma limonada

A Serra e seus desafios: meio limão em uma limonada

Pedro Paulo de Souza Nunes O autor é escritor e cronista, membro-fundador da Academia de Letras da Serra.

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A Serra e seus desafios: meio limão em uma limonada

Pedro Paulo de Souza Nunes*

Podemos dizer que crescimento populacional da Serra é algo espantoso. Em meados da década de 1960 contava pouco mais de 9 mil habitantes, adentra os anos 70 com menos de 20 mil, para cinquenta depois contar incríveis 527 mil moradores. Se o crescimento da economia se iniciou com os grandes projetos industriais, é inegável que somente com a eleição do médico Sérgio Vidigal o município experimentou crescimento social. Eleito sem apoio de grupos políticos tradicionais, Vidigal conseguiu fazer do limão uma limonada, mesmo tendo ganhado uma prefeitura terra-arrasada, endividada até com seus servidores, cujos salários atrasados juntavam cinco folhas.

Chegamos em 2020 e nova crise se avizinha essa não apenas local e, sim, mundial na qual futuros gestores terão de mostrar habilidades de verdadeiros equilibristas para atender aos anseios da população em período pós-pandemia, quando problemas represados por tímidas ações governamentais vão mostrar a verdadeira face. A queda de receita será uma dura realidade, conforme estatísticas, e no caso da Serra piora o fato de ser o início do pagamento do empréstimo de 370 milhões feito pelo atual prefeito, cujo desconto se dará na cota do FPM – Fundo de Participação dos Municípios.

Precisamos de um gestor com capacidade de, ante a queda da receita, fazer da Serra uma cidade mais humanizada, e ao mesmo tempo tecnológica e moderna, com visão de futuro onde o cidadão não seja um simples contribuinte e onde não se escolha construir viaduto no local onde se erigiria um centro cultural planejado por ninguém menos do que Oscar Niemeyer. Prestação de serviços básicos de boa qualidade com o uso da internet e das redes sociais é o mínimo a exigir, além da oferta de novos meios de transportes e ampliação de nossas ciclovias. E descentralizar as ações por bairro e região, afinal o crescimento não pode ficar restrito a Laranjeiras. Na primeira gestão pós-pandemia a Serra não pode ser vítima de aventureiros, pois o escolhido poderá ter que fazer de meio limão uma limonada.

*O autor é escritor e cronista, membro-fundador da Academia de Letras da Serra.

                                                          

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