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Bate-papo com a delegada Gracimeri Gaviorno abre série de entrevistas com pré-candidatos à Prefeitura da Serra

Bate-papo com a delegada Gracimeri Gaviorno abre série de entrevistas com pré-candidatos à Prefeitura da Serra

O Portal de Notícias GMNews quer levar ao leitor o perfil de cada pré-candidato e seus principais projetos.

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               O Portal de Notícias GMNews está ouvindo os pré-candidatos à Prefeitura da Serra e começa esta série de entrevistas com alguém que, apesar de representar o sexo frágil, está no comando da criminalidade. Delegada da Polícia Civil, Gracimeri Gaviorno (PSC) consegue encarar o rojão da delegacia sem esquecer do batom. De infância pobre, sempre estudou em escolas públicas e cursou até o Doutorado. Como ex sub-secretária estadual de Segurança Pública e também de Direitos Humanos, é fato que já teve a oportunidade de solucionar um dos principais problemas que não deixaram de assombrar Serra, a violência. Mas não faltam ideias para atuar nesta pasta na esfera municipal: ampliar o efetivo, qualificar equipe e investir em equipamentos. Acredita que não adianta ter bom relacionamento com o Estado e Brasília se não houver bons projetos para atrair investimentos. Devido ao empobrecimento causado pela pandemia, diz que é preciso ampliar as atenções ao assistencialismo, sobretudo na geração de cursos que formem profissionais para as demandas existentes.

 

Por que quer ser prefeito de Serra?

Cheguei na Serra em 1976. Vi nosso município sair de 20mil habitantes e ultrapassar os 500 mil. Quando olhamos nossos indicadores vemos um rico-pobre. Nosso município é um dos mais ricos do Estado, ocupando o 5º lugar no PIB estadual e a segunda maior arrecadação. Mas esses indicadores econômicos e financeiros destoam dos nossos indicadores sociais. O IBGE aponta que mais de 70% da nossa população está sem ocupação.

Acredito que minha experiência em gestão pública, adquirida pelos mais de 20 anos de trabalho no Estado e fortalecida pelos conhecimentos agregados pelo CLP-Centro de Liderança Pública e o RenovaBR, possa contribuir para alinhar nossos indicadores econômicos e sociais e fazer com que nosso município seja conhecido por sua capacidade de gerar prosperidade para os Serranos. A propósito, precisamos lembrar que de acordo com o calendário eleitoral estou com pré-candidata.  A candidatura ocorrerá após as convenções partidárias.

 

Como avalia a atual gestão?

Nossos indicadores sociais são desafiadores. Os dados de junho de 2020, apontam que aproximadamente 14% da população total do município são beneficiárias do Programa Bolsa Família e mais de 50 mil famílias estão inscritas no CAD Único, sendo que 41 mil vivem com até meio salário mínimo. Precisamos fazer uma inclusão produtiva dos nossos jovens e trabalhadores. Temos ativos naturais e históricos, vocações esportistas e artísticas que poderiam ser fomentadas para o turismo, mas isso não tem ocorrido. Somos um dos municípios mais violentos do Estado, mas o investimento em Segurança demonstra que ela não tem sido uma prioridade.

Não podemos negar que houve melhorias na cidade. Mas precisamos ir além do concreto. Temos que colocar as pessoas no centro da administração pública. Quando isso acontecer, os serviços serão infinitamente melhores.

 

A senhora é delegada e já ocupou o cargo de sub secretária na Secretaria Estadual de Segurança Pública. Segurança não deixou de ser um dos principais problemas de Serra. Como pretende lidar com a questão? O que um prefeito pode fazer nesta área?

É importante registrar que a responsabilidade pela segurança municipal se dá nos três níveis de governo, municipal, estadual e federal. A Lei que criou o Sistema Único de Segurança Pública deixou bem claro como se deve dar essa integração. Possuímos a maior população do Estado e o efetivo das polícias estaduais deve ser reavaliado pelo Governo. 

Minha experiência como delegada, como subsecretária de segurança pública e também como subsecretária de Direitos Humanos contribui para um olhar multidimensional necessário para o enfrentamento à violência. Ampliação de efetivo, investimentos em equipamentos e qualificação são necessários. Mas também é preciso realizar adequações legislativas e metodológicas em relação à nossa Guarda Municipal, possibilitando uma melhor aproximação da comunidade.

Estamos construindo um programa de governo que será amplamente discutido com a sociedade. Não se pode traçar prioridades para as pessoas sem que elas participem, indicando o que realmente espera da administração pública. Não há mais espaço para programas de gabinetes.

 

O próximo administrador vai começar a governar com dívidas, já que a atual administração pegou empréstimos que somam R$300 milhões. Como avalia esta situação?

O endividamento do município deverá ser reavaliado a partir dos impactos com a perda de receita causada pela pandemia. Por isso é importante o compromisso responsável. Fazer os ajustes necessários sem se descuidar das pessoas. A equação naturalmente não é fácil. Mas temos responsabilidade e muita disposição para isso.

 

Outro problema que o próximo governante terá diz respeito ao empobrecimento da população durante a pandemia do Covid-19. Muitos comerciantes não conseguiram manter seus negócios ao longo da quarentena e fecharam as portas. O número de desemprego vem crescendo assustadoramente. Qual será sua política de atração de indústrias e fomento de novos postos de trabalho?

A atração de novas indústrias certamente fomenta a arrecadação, mas só será capaz de modificar positivamente o empobrecimento da população se puder absorver a mão-de-obra local. A competitividade industrial tem uma forte relação com o capital intelectual e com isso a relação com academia certamente será um fator muito importante. Não basta a criação de um pólo de inovação destinado ao fomento do setor privado. É preciso criar um ambiente de inovação dentro da própria gestão e até mesmo desde as primeiras séries do Ensino Fundamental. Além disso, é necessário promover qualificação dos nossos munícipes para serem aproveitados nesses postos de trabalho.

O setor imobiliário é também gerador de desenvolvimento e depende de uma burocracia ágil mas também de um Plano Diretor Municipal que represente um novo projeto de cidade, que valorize a ambiência e qualidade de vida.

A necessidade de se rever a burocracia excessiva e tornar o ambiente de negócios mais seguro são questões que já foram levantadas pelos empreendedores da cidade. Um expressivo volume de empregos também é viabilizado através das micro e pequenas empresas de comércio e de serviços. A aproximação e o diálogo com esses setores mostram quais as ações podem, de fato, oferecer maior atratividade e competitividade.

Os investimentos públicos devem ser direcionados de tal forma que esse círculo virtuoso seja estabelecido e crie uma política de desenvolvimento local. O comércio de bairro pode ser implementado e fortalecido com a revitalização dos espaços públicos. Somado a isso, a valorização da economia criativa estimula a circulação de pessoas oferendo oportunidades de negócios para todo o ambiente. Esses aspectos podem e devem ter como base a realidade local, a partir dos ativos paisagísticos, históricos, ambientais esportivos e culturais.

 

E na área social, que certamente haverá uma grande demanda, o que pretende implantar?

Com o empobrecimento da população, uma atenção especial deve ser dada à Assistência Social. Mas é preciso pensar numa trilha de inclusão produtiva da população, que deverá ser diretamente ligada à implementação de políticas voltadas para alinhar a vocação econômica do município e a qualificação de nossos jovens e trabalhadores. Temos vistos ofertas de cursos de qualificação que não são aproveitados por nossa economia. Muitas pessoas exibem diplomas e certificados que não foram aproveitados pelos setores produtivos da cidade. Por isso falamos que é preciso ofertar à população cursos que estão relacionados com nossa cadeia produtiva, seja sob a forma de contratação ou por empreendedorismo.

 

Serra é um município grande e ainda há muitos bairros que sofrem sem saneamento e infraestrutura. E em meio a tudo isto, o cenário econômico não é dos mais favoráveis. Que tipo de relacionamento seu partido possui com os governos estadual de Casagrande e federal de Bolsonaro para formar parcerias?

Vivemos num país republicano e os governantes, cada qual em sua esfera, tem ciência de suas responsabilidades. Naturalmente a gestão municipal não pode viver numa ilha e deve buscar uma boa articulação com os entes federativos, principalmente porque muitos dos serviços oferecidos à população obedecem ao regime tripartido, a exemplo da Saúde. Uma boa administração é importante, bem como bons técnicos captadores de recursos.

Muitas vezes o administrador tem um bom relacionamento com o governo, mas seus técnicos não sabem desenvolver bons projetos ou não conhecem as modalidades de captação de recursos. Por isso, a experiência em gestão pública é fundamental, principalmente na formação de uma boa equipe.

 

Como pretende se relacionar com a Câmara Municipal?

O legislativo é uma parte muito importante da democracia. Os vereadores são representantes eleitos e devem receber da gestão o mesmo respeito que a população a eles deferiu pelo voto. O respeito à independência dos poderes deve prevalecer, cada qual exercendo o seu papel.

Quando a cidade fica dividida muitas são as dificuldades de levar bem-estar para as pessoas. Por isso, um bom relacionamento com a Câmara é essencial. Meu relacionamento com a Câmara será sempre respeitoso e saudável. Tenho certeza de que tanto o Executivo quanto o legislativo querem o bem para a cidade e para os serranos.

 

A nova realidade certamente demandará experiência administrativa. Qual é a sua experiência em administração pública?

Atuei como Delegada de Polícia em várias delegacias municipais, distritais e especializadas. Já atuei em Delegacia de Proteção à Mulher, Defraudações e Falsificações, entre outras. Trabalhei durante cinco anos na Divisão de Homicídios, liberando quase todos os corpos de vítimas de homicídio do município da Serra, a maioria jovens oriundos da periferia. Conheço de perto as dores de muitas famílias.

Ajudei a implantar o sistema de inteligência da Secretaria de Segurança e o disque-denúncia. Fui Superintendente de Polícia Técnico Cientifica, Chefe da Polícia Civil e subsecretária de estado em duas secretarias: de Segurança Pública e de Direitos Humanos. Também respondi pela secretaria de Segurança por duas vezes. Tenho experiência com planejamento e orçamento público e coordenei programa estruturante governamental.

A formação junto ao RenovaBR Cidades agregou o conhecimento da gestão municipal. Além disso, estou cursando uma especialização em Liderança e Gestão Pública. O curso é promovido pelo CLP, que possui uma vasta experiência em desenvolvimento de líderes públicos e mobilização social na defesa de causas que melhorem o funcionamento da administração pública nas três esferas de governos. Temos contato com pessoas de várias áreas da gestão pública que estão se destacando com projetos inovadores e de impactos positivos no serviço público e que podem ser aplicados em nosso município.

É importante destacar que, além da experiência de gestão que trago, a Serra conta com bons quadros técnicos que traremos para nossa gestão. Estamos preparados para enfrentar os desafios nessa nova realidade.

 

O mundo viverá um novo normal, após quarentenas e lockdowns. Pensando nisso, que propostas tem para a Educação, sabendo que parte considerável dos estudantes das unidades públicas não tem acesso à internet e computadores, em casa?

A pandemia evidenciou um problema que não é novo. O acesso, ou a falta de acesso à tecnologia e a rede de dados, é um desafio que o município deverá enfrentar para colocar nossos estudantes no século XXI. Mas temos outros desafios para vencer. Nossos índices de desempenho estão muito abaixo do desejado. Nosso aproveitamento adequado para o 9º ano é de 27% em Português e de 11% em matemática. Encontramos casos de sucesso pelo Brasil como Sobral no Ceará, com aproveitamento de 80% para Português e 74% para Matemática.

A Educação terá uma atenção especial na minha gestão pois acredito na formação acadêmica e profissional como elemento de transformação social. Sou a prova viva disso, nasci muito pobre, passei dificuldades, às vezes faltava alimento dentro de casa. Estudei em escola pública do ensino fundamental à graduação e consegui concluir o doutorado, dando um salto na minha vida e na da minha família.

Nosso programa de governo para a Educação será um dos mais ousados do país. Com a participação da sociedade, nossa equipe técnica e as parcerias com metodologias já bem-sucedidas nessa área, temos certeza que criaremos as bases para um novo momento na Serra, para os pais, os alunos, os professores, os diretores, a equipe técnico-pedagógica e todos que lutam e precisam de uma educação de qualidade, pública e gratuita.

 

Na sua opinião, quem será o adversário mais forte que enfrentará nas urnas?

Estou focada em apresentar para nosso município uma mudança de verdade associada à minha experiência de gestão. A Serra tem vários pré-candidatos hoje. O cenário ainda está muito indefinido para citar um ou outro nome. Nosso maior adversário com certeza não será um dos candidatos, mas o rompimento do velho modo de fazer política na Serra. Tenho certeza de que nossa cidade terá condição de fazer a escolha madura para construir uma nova história para a Serra.

 

Sendo eleito, que legado pretende deixar para Serra?

Vencendo todas as etapas eleitorais, espero que a Serra não seja mais conhecida por seus elevados índices de violência, mas por sua capacidade de realizar uma gestão inovadora, capaz de gerar prosperidade e bem-estar para as pessoas que aqui vivem. A Serra precisa se unir, colocar o cuidado ao ser humano no centro do objetivo e apresentar um serviço público de excelência. Que a Serra possa viver um novo tempo e tornar nosso município conhecido pelos talentos e pela força do seu povo.

Delegada Gracimeri

 

O Portal de Notícias GMNews está ouvindo os pré-candidatos à Prefeitura da Serra e começa esta série de entrevistas com alguém que, apesar de representar o sexo frágil, está no comando da criminalidade. Delegada da Polícia Civil, Gracimeri Gaviorno consegue encarar o rojão da delegacia sem deixar de passar batom.

De infância pobre, sempre estudou em escolas públicas e cursou até o Doutorado. Como ex sub-secretária estadual de Segurança Pública e também de Direitos Humanos, é fato que já teve a oportunidade de solucionar um dos principais problemas que não deixaram de assombrar Serra, a violência. Mas não faltam ideias para atuar na pasta na esfera municipal: ampliar o efetivo, qualificar equipe e investir em equipamentos. Acredita que não adianta ter bom relacionamento com o Estado ou Brasília se não houver bons projetos para atrair investimentos. Devido ao empobrecimento causado pela pandemia, acredita que é preciso ampliar as atenções em assistencialismo, sobretudo na geração de cursos que formem profissionais para as demandas existentes.

 

Por que quer ser prefeito de Serra?

Cheguei na Serra em 1976. Vi nosso município sair de 20mil habitantes e ultrapassar os 500 mil. Quando olhamos nossos indicadores vemos um rico-pobre. Nosso município é um dos mais ricos do Estado, ocupando o 5º lugar no PIB estadual e a segunda maior arrecadação. Mas esses indicadores econômicos e financeiros destoam dos nossos indicadores sociais. O IBGE aponta que mais de 70% da nossa população está sem ocupação.

Acredito que minha experiência em gestão pública, adquirida pelos mais de 20 anos de trabalho no Estado e fortalecida pelos conhecimentos agregados pelo CLP-Centro de Liderança Pública e o RenovaBR, possa contribuir para alinhar nossos indicadores econômicos e sociais e fazer com que nosso município seja conhecido por sua capacidade de gerar prosperidade para os Serranos. A propósito, precisamos lembrar que de acordo com o calendário eleitoral estou com pré-candidata.  A candidatura ocorrerá após as convenções partidárias.

 

Como avalia a atual gestão?

Nossos indicadores sociais são desafiadores. Os dados de junho de 2020, apontam que aproximadamente 14% da população total do município são beneficiárias do Programa Bolsa Família e mais de 50 mil famílias estão inscritas no CAD Único, sendo que 41 mil vivem com até meio salário mínimo. Precisamos fazer uma inclusão produtiva dos nossos jovens e trabalhadores. Temos ativos naturais e históricos, vocações esportistas e artísticas que poderiam ser fomentadas para o turismo, mas isso não tem ocorrido. Somos um dos municípios mais violentos do Estado, mas o investimento em Segurança demonstra que ela não tem sido uma prioridade.

Não podemos negar que houve melhorias na cidade. Mas precisamos ir além do concreto. Temos que colocar as pessoas no centro da administração pública. Quando isso acontecer, os serviços serão infinitamente melhores.

 

A senhora é delegada e já ocupou o cargo de sub secretária na Secretaria Estadual de Segurança Pública. Segurança não deixou de ser um dos principais problemas de Serra. Como pretende lidar com a questão? O que um prefeito pode fazer nesta área?

É importante registrar que a responsabilidade pela segurança municipal se dá nos três níveis de governo, municipal, estadual e federal. A Lei que criou o Sistema Único de Segurança Pública deixou bem claro como se deve dar essa integração. Possuímos a maior população do Estado e o efetivo das polícias estaduais deve ser reavaliado pelo Governo. 

Minha experiência como delegada, como subsecretária de segurança pública e também como subsecretária de Direitos Humanos contribui para um olhar multidimensional necessário para o enfrentamento à violência. Ampliação de efetivo, investimentos em equipamentos e qualificação são necessários. Mas também é preciso realizar adequações legislativas e metodológicas em relação à nossa Guarda Municipal, possibilitando uma melhor aproximação da comunidade.

Estamos construindo um programa de governo que será amplamente discutido com a sociedade. Não se pode traçar prioridades para as pessoas sem que elas participem, indicando o que realmente espera da administração pública. Não há mais espaço para programas de gabinetes.

 

O próximo administrador vai começar a governar com dívidas, já que a atual administração pegou empréstimos que somam R$300 milhões. Como avalia esta situação?

O endividamento do município deverá ser reavaliado a partir dos impactos com a perda de receita causada pela pandemia. Por isso é importante o compromisso responsável. Fazer os ajustes necessários sem se descuidar das pessoas. A equação naturalmente não é fácil. Mas temos responsabilidade e muita disposição para isso.

 

Outro problema que o próximo governante terá diz respeito ao empobrecimento da população durante a pandemia do Covid-19. Muitos comerciantes não conseguiram manter seus negócios ao longo da quarentena e fecharam as portas. O número de desemprego vem crescendo assustadoramente. Qual será sua política de atração de indústrias e fomento de novos postos de trabalho?

A atração de novas indústrias certamente fomenta a arrecadação, mas só será capaz de modificar positivamente o empobrecimento da população se puder absorver a mão-de-obra local. A competitividade industrial tem uma forte relação com o capital intelectual e com isso a relação com academia certamente será um fator muito importante. Não basta a criação de um pólo de inovação destinado ao fomento do setor privado. É preciso criar um ambiente de inovação dentro da própria gestão e até mesmo desde as primeiras séries do Ensino Fundamental. Além disso, é necessário promover qualificação dos nossos munícipes para serem aproveitados nesses postos de trabalho.

O setor imobiliário é também gerador de desenvolvimento e depende de uma burocracia ágil mas também de um Plano Diretor Municipal que represente um novo projeto de cidade, que valorize a ambiência e qualidade de vida.

A necessidade de se rever a burocracia excessiva e tornar o ambiente de negócios mais seguro são questões que já foram levantadas pelos empreendedores da cidade. Um expressivo volume de empregos também é viabilizado através das micro e pequenas empresas de comércio e de serviços. A aproximação e o diálogo com esses setores mostram quais as ações podem, de fato, oferecer maior atratividade e competitividade.

Os investimentos públicos devem ser direcionados de tal forma que esse círculo virtuoso seja estabelecido e crie uma política de desenvolvimento local. O comércio de bairro pode ser implementado e fortalecido com a revitalização dos espaços públicos. Somado a isso, a valorização da economia criativa estimula a circulação de pessoas oferendo oportunidades de negócios para todo o ambiente. Esses aspectos podem e devem ter como base a realidade local, a partir dos ativos paisagísticos, históricos, ambientais esportivos e culturais.

 

E na área social, que certamente haverá uma grande demanda, o que pretende implantar?

Com o empobrecimento da população, uma atenção especial deve ser dada à Assistência Social. Mas é preciso pensar numa trilha de inclusão produtiva da população, que deverá ser diretamente ligada à implementação de políticas voltadas para alinhar a vocação econômica do município e a qualificação de nossos jovens e trabalhadores. Temos vistos ofertas de cursos de qualificação que não são aproveitados por nossa economia. Muitas pessoas exibem diplomas e certificados que não foram aproveitados pelos setores produtivos da cidade. Por isso falamos que é preciso ofertar à população cursos que estão relacionados com nossa cadeia produtiva, seja sob a forma de contratação ou por empreendedorismo.

 

Serra é um município grande e ainda há muitos bairros que sofrem sem saneamento e infraestrutura. E em meio a tudo isto, o cenário econômico não é dos mais favoráveis. Que tipo de relacionamento seu partido possui com os governos estadual de Casagrande e federal de Bolsonaro para formar parcerias?

Vivemos num país republicano e os governantes, cada qual em sua esfera, tem ciência de suas responsabilidades. Naturalmente a gestão municipal não pode viver numa ilha e deve buscar uma boa articulação com os entes federativos, principalmente porque muitos dos serviços oferecidos à população obedecem ao regime tripartido, a exemplo da Saúde. Uma boa administração é importante, bem como bons técnicos captadores de recursos.

Muitas vezes o administrador tem um bom relacionamento com o governo, mas seus técnicos não sabem desenvolver bons projetos ou não conhecem as modalidades de captação de recursos. Por isso, a experiência em gestão pública é fundamental, principalmente na formação de uma boa equipe.

 

Como pretende se relacionar com a Câmara Municipal?

O legislativo é uma parte muito importante da democracia. Os vereadores são representantes eleitos e devem receber da gestão o mesmo respeito que a população a eles deferiu pelo voto. O respeito à independência dos poderes deve prevalecer, cada qual exercendo o seu papel.

Quando a cidade fica dividida muitas são as dificuldades de levar bem-estar para as pessoas. Por isso, um bom relacionamento com a Câmara é essencial. Meu relacionamento com a Câmara será sempre respeitoso e saudável. Tenho certeza de que tanto o Executivo quanto o legislativo querem o bem para a cidade e para os serranos.

 

A nova realidade certamente demandará experiência administrativa. Qual é a sua experiência em administração pública?

Atuei como Delegada de Polícia em várias delegacias municipais, distritais e especializadas. Já atuei em Delegacia de Proteção à Mulher, Defraudações e Falsificações, entre outras. Trabalhei durante cinco anos na Divisão de Homicídios, liberando quase todos os corpos de vítimas de homicídio do município da Serra, a maioria jovens oriundos da periferia. Conheço de perto as dores de muitas famílias.

Ajudei a implantar o sistema de inteligência da Secretaria de Segurança e o disque-denúncia. Fui Superintendente de Polícia Técnico Cientifica, Chefe da Polícia Civil e subsecretária de estado em duas secretarias: de Segurança Pública e de Direitos Humanos. Também respondi pela secretaria de Segurança por duas vezes. Tenho experiência com planejamento e orçamento público e coordenei programa estruturante governamental.

A formação junto ao RenovaBR Cidades agregou o conhecimento da gestão municipal. Além disso, estou cursando uma especialização em Liderança e Gestão Pública. O curso é promovido pelo CLP, que possui uma vasta experiência em desenvolvimento de líderes públicos e mobilização social na defesa de causas que melhorem o funcionamento da administração pública nas três esferas de governos. Temos contato com pessoas de várias áreas da gestão pública que estão se destacando com projetos inovadores e de impactos positivos no serviço público e que podem ser aplicados em nosso município.

É importante destacar que, além da experiência de gestão que trago, a Serra conta com bons quadros técnicos que traremos para nossa gestão. Estamos preparados para enfrentar os desafios nessa nova realidade.

 

O mundo viverá um novo normal, após quarentenas e lockdowns. Pensando nisso, que propostas tem para a Educação, sabendo que parte considerável dos estudantes das unidades públicas não tem acesso à internet e computadores, em casa?

A pandemia evidenciou um problema que não é novo. O acesso, ou a falta de acesso à tecnologia e a rede de dados, é um desafio que o município deverá enfrentar para colocar nossos estudantes no século XXI. Mas temos outros desafios para vencer. Nossos índices de desempenho estão muito abaixo do desejado. Nosso aproveitamento adequado para o 9º ano é de 27% em Português e de 11% em matemática. Encontramos casos de sucesso pelo Brasil como Sobral no Ceará, com aproveitamento de 80% para Português e 74% para Matemática.

A Educação terá uma atenção especial na minha gestão pois acredito na formação acadêmica e profissional como elemento de transformação social. Sou a prova viva disso, nasci muito pobre, passei dificuldades, às vezes faltava alimento dentro de casa. Estudei em escola pública do ensino fundamental à graduação e consegui concluir o doutorado, dando um salto na minha vida e na da minha família.

Nosso programa de governo para a Educação será um dos mais ousados do país. Com a participação da sociedade, nossa equipe técnica e as parcerias com metodologias já bem-sucedidas nessa área, temos certeza que criaremos as bases para um novo momento na Serra, para os pais, os alunos, os professores, os diretores, a equipe técnico-pedagógica e todos que lutam e precisam de uma educação de qualidade, pública e gratuita.

 

Na sua opinião, quem será o adversário mais forte que enfrentará nas urnas?

Estou focada em apresentar para nosso município uma mudança de verdade associada à minha experiência de gestão. A Serra tem vários pré-candidatos hoje. O cenário ainda está muito indefinido para citar um ou outro nome. Nosso maior adversário com certeza não será um dos candidatos, mas o rompimento do velho modo de fazer política na Serra. Tenho certeza de que nossa cidade terá condição de fazer a escolha madura para construir uma nova história para a Serra.

 

Sendo eleito, que legado pretende deixar para Serra?

Vencendo todas as etapas eleitorais, espero que a Serra não seja mais conhecida por seus elevados índices de violência, mas por sua capacidade de realizar uma gestão inovadora, capaz de gerar prosperidade e bem-estar para as pessoas que aqui vivem. A Serra precisa se unir, colocar o cuidado ao ser humano no centro do objetivo e apresentar um serviço público de excelência. Que a Serra possa viver um novo tempo e tornar nosso município conhecido pelos talentos e pela força do seu povo.

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