De pedreiro a droneiro: natureza serrana fotografada do céu
O construtor Clésio de Almeida Pereira utiliza seu drone a lazer, mas tem objetivos profissionais com o aparelho. Para usar o drone, é preciso estar regulamentado na Anac e na Anatel, agências reguladoras de Aviação Civil e Telecomunicações, respectivamente.
As mãos que empilham tijolos também fazem belas fotografias de alta tecnologia pelo céu do Espírito Santo. Ele trabalha há vinte anos na Construção Civil. Começou como pedreiro e hoje tem uma pequena construtora. Mas nas horas vagas, o que gosta de fazer é pilotar seu drone atrás das mais belas paisagens de Serra, sobretudo de seu bairro, Lagoa de Carapebus. Às vezes, vai a Vila Velha e Linhares. “Hoje o drone é um hobby mas pretendo utilizá-lo profissionalmente”, disse o construtor Clésio de Almeida Pereira, que informou: o Espírito Santo tem em torno de 300 droneiros.
O drone entrou na vida de Clésio por curiosidade. “Vi algumas pessoas utilizando e achei interessante. Sempre gostei de tecnologia. Passei a pesquisar em muitos vídeos no Youtube. Vi diversos modelos e entrei num grupo de droneiros do ES, por Whatsapp. Aí passei a conhecer mais o universo e a ter mais informações”, contou.
Segundo Clésio, algumas pessoas utilizam o drone a trabalho. Outras, por puro lazer. Profissionalmente, o drone pode ser utilizado para fazer aerolevantamentos, medições de área, fotografias e vídeos. É excelente para construtores, agricultores e profissionais de mídia. “A utilização do drone é bem ampla”, garantiu.
Apesar de não usar seu aparelho profissionalmente, Clésio tem planos futuros para o que hoje é apenas um brinquedo. “Sou novo nesta área. Tenho meu drone há apenas oito meses. Não é simples ser um droneiro. Existem diversas exigências regulamentadoras e temos que nos enquadrar em todas”, explicou.
Regulamentação – Para poder apenas “brincar”, Clésio teve que homologar seu aparelho na Anatel porque “o drone é um rádio de comunicação de longo alcance”. Ele também precisou de registro na Anac porque o brinquedinho é uma aeronave, mesmo não sendo tripulada.
Segundo o droneiro, existem diversas marcas no mercado e os valores também são, consequentemente, bastante diferenciados. “Quem quer usar o drone apenas por recreação, pode comprar um modelo mais simples e mais barato. Existem aparelhos que não possuem GPS. O meu é um pouco mais sofisticado, DJI, a melhor marca no mercado. Apesar de não ser o top da linha, é um bom aparelho”, avaliou.
Clésio explicou que não é fácil comprar um bom drone no Brasil. O mercado ainda não tem uma boa diversidade, atualidade e preços justos. A melhor compra ainda costuma ser fora do país. O dele veio dos Estados Unidos. “Hoje uso por lazer mas quero me profissionalizar. Fiz uns poucos trabalhos profissionais com meu drone e utilizo muito na minha construtora para conseguir visualizar a obra de uma forma que não conseguimos, de baixo. Mas pretendo me especializar um pouco mais e de repente adquirir um modelo com mais recursos para realmente atuar neste mercado”, garantiu.
Pilotagem – Clésio contou que pilotar um drone não é tão difícil como algumas pessoas podem imaginar. Porém, é preciso ter um pouco de conhecimento por isso passou por um curso de pilotagem.
Por se tratar de um equipamento caro, há riscos. Existe, no entanto, modo de voo em que o drone voa praticamente sozinho, mas é preciso estar atento à sua localização. “Os órgãos fiscalizadores delimitam áreas, como por exemplo a altura limite de 120 metros”, explicou.
Os voos também precisam acontecer com solicitações em site específico, que concedem ou não a permissão. “Temos que estar atentos a todas estas questões”, contou.