Deputado Sérgio Vidigal fala sobre o Hospital Materno Infantil: "Foi um dos meus grandes projetos"
Falta pouco para o hospital ser inaugurado. O hospital foi idealizado em 2010, quando Vidigal governava Serra. Começou então a captação de recursos junto ao Governo Federal, pela então deputada federal Suely Vidigal. "Captei cerca de R$50 milhões. Destes, falta apenas R$7 milhões, que serão entregues na medição final da obra, após a conclusão. Como médico, meu sonho era que as gestantes de Serra tivessem seus filhos nascidos aqui, e também diminuir a mortalidade infantil", disse o deputado.
Falta pouco para Serra finalmente ganhar seu Hospital Materno Infantil. A equipe do GM News voltou no tempo para relembrar toda a história desta obra, desde seu projeto embrionário até a captação de recursos, numa conversa com o então prefeito e hoje deputado federal Sérgio Vidigal. Acompanhe conosco tanto neste texto como no vídeo abaixo:
Deputado, o hospital materno infantil de Serra está prestes a ser inaugurado. Gostaria que o senhor conversasse com a gente a respeito de como surgiu a ideia deste hospital, já que o senhor foi prefeito lá por tantas vezes.
Primeiro eu quero agradecer a todos os que estão nos assistindo neste momento e lembrar que dos diversos projetos quando fui prefeito nos 12 anos na cidade, este tem pra mim um valor muito especial por eu ser médico, o principal motivo de entrar na vida pública e por eu ter um sonho de que todas as gestantes pudessem ter seus filhos nascendo na Serra e para que todas as crianças, ao precisar de atendimento médico, também pudessem ter um hospital infantil dentro da cidade.
Me sinto realizado por isso só. Mais ainda por ter participado deste projeto, da captação de recursos e também posteriormente como deputado federal para continuar arranjando recursos para completar esta obra de tanta necessidade. Uma obra que recebeu do Governo Federal 50 milhões de reais, R$25 milhões eu já deixei em caixa quando deixei a prefeitura em 2012 e já tinha colocado o edital de licitação na rua que dirá que é uma obra arquitetônica mais linda do Estado. Não vou falar do país porque não conheço todos.
Lembrando que é o primeiro hospital materno infantil municipal do Espírito Santo. Então isso me deixa muito feliz. O mais importante é quem ele vai atender. São 135 leitos, 75 para maternidade, 60 de pediatria.
Serão 8.700 partos por ano naquela unidade.
A previsão nossa é que na parte infantil cirurgias eletivas aconteçam. As vezes tem a criança tem que fazer uma cirurgia de adenoide, operar uma hérnia, cirurgias simples que liberam rapidamente e às vezes você não consegue facilidade e acesso ao Sus. Então é uma coisa muito importante, diria que é uma obra que fico muito feliz de estar sendo entregue este ano. Por ser o Sistema Único de Saúde, ela não pode discriminar ninguém e estará aberto para atender a quem precisar.
Então foram R$25 milhões que o senhor deixou em caixa e depois outros recursos vieram.
R$25 milhões deixamos em caixa. Depois, de 2017 para 2018, começamos a trabalhar pela liberação de R$24 milhões. Destes R$24 milhões restantes, falta apenas um pouco mais de R$7 milhões para o Governo Federal (GF) repassar para o município. Porque o GF tem algo muito interessante. O GF libera uma parte e 20% a 25% restantes ele só libera quando a obra está pronta. Este restante que está faltando ser liberado, do Ministério da Saúde, quando a prefeitura entregar a obra, automaticamente receberá, porque este é um procedimento desde 2010 que o GF tem tomado com obras da Saúde no Brasil.
A sua esposa enquanto deputada teve uma colaboração nisso também.
A Suely foi muito importante porque em 2010, quando nós liberamos o projeto, ela ajudou muito a convencer a bancada federal da época a todos assinarem o documento concordando o hospital materno infantil da Serra como prioridade no Espírito Santo.
Qual a importância para as crianças de terem um espaço segmentado para elas? É melhor para o tratamento e para qualquer outra atividade?
Olha, primeiro isso é importante porque ambiência é tudo. Quando você fala com a criança que você vai com ela ao médico, ou ao pronto socorro, a criança já imagina aquele cidadão todo de branco com uma seringa de todo o tamanho na mão correndo atrás dela para aplicar uma injeção. (risos). Então qual a vantagem lá? Primeiro que você vai ter um ambiente completamente diferente. Não é um ambiente de hospital. Não parece com hospital. Lá tem área de convivência, tem muito espaço interno, então o próprio ambiente já vai ser muito importante.
Outra coisa muito importante será a infraestrutura que ele tem para poder receber e poder garantir o procedimento a esta criança. Então isso é fundamental. Porque hoje na Serra quando uma criança precisa de um internamento, você tem que levar essa criança a Vitória, ou lá no Imaba de Vila Velha, nós não temos uma alternativa na cidade. Então nós seremos uma alternativa para nossas crianças serem atendidas também dignamente dentro do município na área de Saúde.
Com este novo hospital, os outros hospitais também são beneficiados? Eles ficam desafogados?
Eu creio que sim. Você observa hoje que temos uma super lotação na Promap, na Santa Casa de Misericórdia, no próprio hospital São João Batista, maternidade lá de Cariacica, porque muitas destas gestantes elas são da Serra.
E qual o outro benefício na Serra? A garantia de fazer o pré-natal na cidade é a garantia de ganhar o seu neném na própria cidade. Isso é fundamental porque nosso grande sonho é reduzir a mortalidade infantil e também que as mães não tenham muito impacto e muitas sequelas durante sua gravidez, porque é importante este acompanhamento.
Serra tem outros hospitais importantes. Ela vem se consolidando na área de Saúde como polo, atendendo a região também?
A Serra tem dois grandes hospitais privados, inclusive foi no meu primeiro mandato de prefeito que a gente criou alguns incentivos para levar estes hospitais privados para a cidade, porque estes hospitais, além da oferta de atendimento, também são geradores de emprego, trabalho e oportunidade às pessoas.
E temos hoje também dois hospitais públicos, que são o Dório e o Jayme, dois hospitais de referência, inclusive o Jayme é um hospital um pouco mais moderno porque o Dório era um hospital de campanha e sofre adaptações.
O que nós estamos esperando disso tudo também, é que com este atendimento e essa oferta – e eu não tenho nada contra em pegar a maternidade do Jayme e colocar no nosso – é que o nosso sonho é que aproveite o Jayme ou o Dório para criar um centro de especialidade médica na cidade, porque a cidade não tem.
Quando é necessário, é preciso se remover da cidade para ir para Cariacica ou Vila Velha, que é onde tem o círculo metropolitano. Então uma das alternativas nossas também é que estes espaços possam servir para atender a novas ofertas de serviço para a população da Serra.