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Endividamento causado pela Obra da Rotatória do Ó é caso para o Ministério Público

Endividamento causado pela Obra da Rotatória do Ó é caso para o Ministério Público

Segundo o vereador Pastor Ailton Rodrigues, o prefeito Audifax Barcelos já acumula R$300 milhões em empréstimos. A conta vai ser paga pelo próximo governante. Para o vereador, a Rotatória do Ó não é prioridade neste momento de pandemia e crise econômica. "É caso para o Ministério Público", garante.

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            Uma obra de custo exorbitante licitada no apagar das luzes da administração do prefeito Audifax Barcelos (Rede), em Serra, está dando o que falar: a rotatória do Ó. “A população precisa se manifestar a respeito e nos unirmos numa representação no Ministério Público”, convocou o vereador Pastor Ailton Rodrigues (PSC), que não se conforma. “O prefeito não tem a menor condição de executar uma obra tão longa com apenas seis meses de gestão e todos os trâmites ainda necessários até o início da execução. A prefeitura não tem este orçamento. Ele criou uma dívida enorme para entregar ao próximo governante desta cidade”, alegou.

            Segundo informações do Portal de Transparência e conforme é noticiado no próprio site da prefeitura, a obra custa quase R$50 milhões. Os recursos foram viabilizados mediante uma operação de crédito (leia-se empréstimo, endividamento) junto à Caixa Econômica Federal, dentro do programa Avança Cidade. E ainda contará com aporte local inicial de cerca de R$2,250 milhões.

            Para o vereador, a rotatória é importante mas não é a maior necessidade neste momento em que Serra figura como o município do Espírito Santo que mais registra casos de contaminação e também de óbito por coronavírus no estado. “O comércio está sofrendo. O setor de serviços também. O desemprego está aumentando. Não sabemos como será a realidade econômica no próximo ano para assumir uma dívida deste tamanho”, explicou.

            Segundo o pastor, até mesmo o valor inicial empenhado pela prefeitura teria melhor destino. “O momento é de focar na pandemia. Este valor deveria ser aplicado em testes de Covid-19, em máscaras e EPIs para a equipe de Saúde e para a compra de medicamento que falta para a população”, enumerou.

            O vereador também questionou uma obra tão dispendiosa enquanto moradores de diversos bairros ainda sofrem com a falta de saneamento básico ou calçamento. “Serra ainda carece de infraestrutura básica. Este valor daria para asfaltar todo o bairro de Palmeiras, ou ainda de Cidade Nova, Belvederes, Chapadão, Balneário de Carapebus. A Rotatória do Ó não é prioridade da população. Se for realizada uma pesquisa, isso será comprovado”, garantiu.

            União de esforços – A obra foi licitada há cerca de 15 dias e ainda pode ser contestada, segundo Pastor Ailton, que quer a população do seu lado para impedi-la. “Alguns vereadores da casa concordam comigo. Audifax já pegou mais de R$300 milhões em empréstimo para colocar na conta do próximo prefeito. Empréstimo é exatamente isto: gastar dinheiro que não se tem. Em contrapartida para esta conta estão nossos impostos pagos de forma suada. Nosso IPTU, nosso ISS. Os recursos que entrarão na próxima gestão já estão comprometidos”, explicou.

            Conquistar parcerias para obras e investimentos é muito importante, para o Pastor Ailton. Mas empréstimo não é parceria. “Para mim, o prefeito está atingindo seus próprios interesses e não os interesses da população já que apenas uma parte pequena será beneficiada. Esta obra, que ele nem vai executar, é um orgulho de dizer que lançou um projeto gigante. Na realidade, a meu ver, os interesses são outros”, concluiu.

            O vereador faz um apelo: “Espero que as comunidades carentes reajam. Há comunidades que passam dez anos sem receber uma obra sequer. Precisamos fazer uma representação no Ministério Público contra este absurdo”, concluiu.

            A obra – O projeto é construir uma rotatória em torno do Hospital Dório Silva, em Laranjeiras. Trata=se da maior rotatória da Serra, visando agilizar a vida de quatro mil motoristas que circulam por hora na região do Parque Residencial Laranjeiras. A ideia é construir um mergulhão com 150 metros, três faixas em sentido único para carros de passeio e duas faixas de mão e contramão exclusivas para o transporte coletivo.

Também estão previstas melhorias para os pedestres, com calçada e ainda ciclovia até o trevo da Av. Copacabana com a Av. Paulo Pereira Gomes, além de ciclovia na própria rotatória. A obra tem prazo de execução de dois anos, segundo matéria veiculada no site da prefeitura.

 

 

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