Da superação com o Esporte, ao assistencialismo: Nancy oferece treinos gratuitos
Aos cinco anos de idade, Nancy Ibañez foi acometida por uma doença semelhante à paralisia infantil, que a levou a usar aparelho nas pernas até aos sete anos. Depois de perder um sobrinho para as drogas, Nancy decidiu usar o Esporte para resgatar pessoas. Hoje, ela desenvolve treinamentos gratuitos com crianças, adolescentes, mulheres e também idosos.
Uma mulher treinando policiais e entregando cobertores a moradores de rua. Nancy Ibañez Garrido é pura adrenalina. Não para nunca. Faz trabalhos voluntários há vinte anos, diariamente, até mesmo aos sábados e domingos. Seja na Educação Física ou na igreja, o que mais gosta de fazer é ajudar ao próximo, movida pela espiritualidade.
Tudo começou quando ela tinha cinco anos de idade e foi acometida por uma doença semelhante à paralisia infantil, que a levou a usar aparelho nas pernas. “Tive um histórico de superação. Usei o aparelho por dois anos e mesmo assim treinava. Os exercícios físicos me recuperaram”, informou.
Aos 12 anos, com o time da escola, foi vista pela UFES e recebeu convite para treinar no local. “Desde nova, então, me envolvi no atletismo e vi como o Esporte pode recuperar nossa Saúde e nos abrir portas”, explicou.
Quando perdeu um sobrinho para o tráfico, Nancy entrou de cabeça para resgatar jovens do vício. “Ele era apenas um usuário, mas apenas usuários também se dão mal. É preciso se afastar completamente deste mundo”, alertou.
Hoje, ela recolhe agasalhos e alimentos e visita famílias entregando o material. Atende a mães de autistas e auxilia na aquisição de medicamentos especiais ou até mesmo uma simples consulta médica. “Ajudo a montar o processo para receber os remédios de uso prolongado”, contou.
Na área de Esportes, Nancy se divide em diversos grupos, tanto de dinâmicas como de atividades. Já teve 152 alunos ao mesmo tempo, divididos em horários diferentes.
Segundas e quartas, oferece treino funcional às mulheres. Terças e quintas, handebol para crianças e adultos. Nas sextas, trabalha na igreja Deus Proverá, levando a equipe Jovem ao Parque da Cidade. É responsável pelo culto Kids. Sábado à tarde e domingo de manhã também tem Esporte.
“Trabalho com vôlei adaptado para idosos na praia de Jacaraípe. É um jogo diferente, onde nosso objetivo é não deixar a bola cair. Nem todos gostam de bola. Então também temos dança. Montei um projeto social para mulheres com sobrepeso e depressão, numa parceria com o colégio Linus Pauling, que nos cede a quadra”, contou quem também usa a quadra do clube Aeste, em Manguinhos, para um dos projetos.
Com a garotada, Nancy explica o quanto é importante ter bom rendimento escolar. “Se ele é bom no Esporte e tira boas notas, fica mais fácil conseguir o Bolsa Atleta e ajudar a família. Conheço jovens que mantinham a família dessa forma. Acompanhei adolescentes que se dedicaram tanto que hoje estão em carreira no Exército”, informou quem muitas vezes leva cestas básicas para as mães de seus alunos.
“Esporte ensina a ter disciplina e regras. E isso você leva para a vida. Quem aprende isso vai se dar bem em qualquer área”, ensinou. ‘Faço tudo do meu bolso e por isso, infelizmente já tive que cancelar projeto por não ter como continuar bancando”, lamentou. Ela também recebe parceria da PM, que ajudou a conseguir bolsas universitárias, além de treinar.
Nancy recebe qualquer interessado em praticar esportes, se estiver com atestado médico. “Neste período de pandemia, muitas quadras estão fechadas. Mas pode me procurar”, disse quem atende por Nancy Ibañez facebook, @nancyibanez7 no Instagram e ainda pelo telefone 27-999522426.