Está longe de aparecer uma luz no fim do túnel que a Prefeitura da Serra andou instalando pela cidade, propagando a desinfecção do vírus Covid-19. A empresa contratada para oferecer os sete equipamentos adquiridos por R$295.950 – pasmem – é uma empresa de organização de eventos. Basta ir até o site da Pro Light Serviços e conferir.

                A empresa foi contratada na modalidade dispensa de licitação. O valor acima citado não é para compra dos equipamentos mas para locação. Os túneis de cerca de R$300 mil não pertencerão ao município.

                As máquinas funcionam como um corredor. Quando o pedestre passa no local, recebe um jato gasoso de partículas de dióxido de cloro (CLO2), uma espécie de cloro bastante dissolvido em água com adição de oxigênio. O secretário de Saúde, Alexandre Camilo, garantiu em inúmeras entrevistas que o produto não faz mal ao ser humano nem mancha a roupa. Também informou que elimina o vírus em cinco minutos e protege a pessoa por cinco horas.

                Quem não teve a mesma opinião foi o Governo do Estado, responsável pela administração dos terminais intermunicipais. A Companhia Estadual de Transporte Coletivo de Passageiros do Espírito Santo (CETURB – ES), pediu ao município a comprovação de eficácia do equipamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantiu não existir no mercado um produto aprovado para esta finalidade. 

                A ordem foi clara: o município deveria retirar os equipamentos dos terminais. O prefeito Audifax Barcelos atendeu. Mas afirmou que manteria a locação e as máquinas foram para algumas UPAs. Como é costume, a equipe do GMNews enviou um e-mail à prefeitura perguntando se o pagamento de locação dos equipamentos foi mantido. Porém, a prefeitura continua sem nos responder.