Bruno Lamas fala sobre sua pré-candidatura à Prefeitura de Serra
Ele é serrano e aos 43 anos coleciona passagens pela vida pública. Teve três mandatos de vereador e foi o mais votado num dos pleitos. Atualmente, cumpre o segundo mandato na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e quer ser prefeito pelo PSB, partido que há mais de 20 anos está no comando do poder local. Sempre estudante, é graduado em Administração, tem pós em Gestão Pública e cursa MBA em Gestão Estratégica.
Ele é serrano e aos 43 anos coleciona passagens pela vida pública. Teve três mandatos de vereador e foi o mais votado num dos pleitos. Atualmente, cumpre o segundo mandato na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e quer ser prefeito pelo PSB, partido que há mais de 20 anos está no comando do poder local. Sempre estudante, é graduado em Administração, tem pós em Gestão Pública e cursa MBA em Gestão Estratégica. Filho de mãe professora e vice-prefeita e pai advogado, é casado com a também advogada Flávia. Tem um casal de filhos: Bruno (15) e Isabela (11). Sempre atuante na esfera pública, até poucos meses exercia o cargo de secretário estadual de Assistência Social, Trabalho, Emprego, Renda e Desenvolvimento Social. Deixou a pasta para cumprir a legislação, como pré-candidato à Prefeitura da Serra.
O GM News conversou com Bruno Lamas que elogiou todas as gestões que já passaram por Serra mas vê deficiências na Guarda desestruturada, na burocracia tributária e acredita que já bastam os espaços físicos da Saúde. O necessário agora é fazer as unidades desempenharem seus papéis, sobretudo na oferta de especialidades médicas e acolhimento mais humanizado. Para a pasta da Segurança, um dos maiores problemas da Serra, diz: "Quero um cerco tático eletrônico melhor que o de Vitória”.
Por que quer ser prefeito da Serra?
Não é escolha, é um compromisso com a cidade. Me preparo para isto há 20 anos. Tenho convicção que todo esse aprendizado na Câmara me coloca, pelo amor que tenho por essa cidade, pela sua gente, nesta condição. Sempre defendi a Serra com muito amor. Me considero preparado, conhecedor da cidade e em condições de dar uma contribuição importante, com um novo modelo de gestão.
Como avalia a atual gestão?
Serra evoluiu em sua infraestrutura. Há 40 anos, era um município que só plantava abacaxi. Passou a fabricar aço na década de 80. Entendo que todas as administrações foram importantes. Desde o prefeito Mota, tão criticado mas um desbravador, que abriu as rodovias Norte/ Sul e Laranjeiras/ Jacaraípe. Sou daqueles que entende que todos deram boa contribuição. Com erros e acertos, evoluímos.
Saúde costuma ser uma das áreas mais desafiantes para um administrador municipal. Segurança, para um governador. Serra tem os dois problemas. Sendo prefeito, como pretende trabalhar essas pastas?
Saúde e Segurança certamente são as prioridades dos serranos. Por falar em Segurança, ontem fiz uma reunião pública, uma live, com nosso secretário de Segurança. Temos uma Guarda Municipal que precisa ser fortalecida. Não tem base, sede fixa. Precisa de armamentos mais modernos. A cidade precisa de um cerco tático eletrônico melhor que o de Vitória.
Pretendo tratar a Segurança com prioridade e liderar a questão, com gestão integrada e autonomia para nossa Guarda. Sou um bom interlocutor com o Governo do Estado. Quero manter diálogo permanente com as polícias Militar e Civil e atrair investimentos para cá.
Na Saúde, as pessoas querem serviço de boa qualidade, o atendimeneto às suas necessidades prioritárias. Elas querem chegar, encontrar remédio, consulta e atenção. Precisamos melhorar o acolhimento, torná-lo mais humanizado. Especialidade é um grande gargalo. Somos dependentes do Estado. Quero manter um alinhamento com o Estado para que não faltem especialidades nem o básico, como pediatria, clínica médica e remédios. Nossa estrutura é boa. O acolhimento não é bom.
O mundo viverá um novo normal, após quarentenas e lockdowns. Pensando nisso, que propostas tem para a Educação, sabendo que parte considerável dos estudantes das unidades públicas não tem acesso à internet e computadores, em casa?
Acabei de fazer uma palestra num curso de formação através da Fundação João Mangabeira, do PSB. Falei sobre inovação. O Espírito Santo ainda está atrasado em Inovação e Tecnologia. Mas o atual governo está fazendo o dever de casa. Fui secretário lá e sei. Desde janeiro, não tramita papel nas secretarias.
Inovação na Educação é indispensável. A pandemia está mostrando isso. Meus filhos, todos os estudantes estão com dificuldades pra se adaptar ao novo formato. Mas a pandemia mostrou esse abismo entre o estudante de escola particular e pública. Precisamos de muita Inovação e Tecnologia. Tenho certeza que vamos sair da pandemia e as aulas vão voltar. Mas Tecnologia e Inovação nunca poderão sair das pautas da Educação.
Outro problema que o próximo governante terá diz respeito ao empobrecimento da população durante a pandemia do Covid-19. Muitos comerciantes não conseguiram manter seus negócios ao longo da quarentena e fecharam as portas. O número de desemprego vem crescendo assustadoramente. Como idealiza uma política de atração de indústrias e fomento de novos postos de trabalho?
Quero investir em atração de indústrias e emprego. Serra tem muitas riquezas. É responsável por quase 30% do PIB capixaba, em Indústria, Comércio e Serviço. Mas só temos com carteira assinada 27,8% da população, na formalidade. A renda per capita é de apenas R$450: este é o ganho médio do serrano. Essa cidade precisa ser mais atrativa. Serra tem perdido empresas porque a máquina é muito burocratizada e não há inovação em Tecnologia.
É preciso primeiro qualificar a mão-de-obra: oferecer oportunidade a quem está vulnerável, desempregado. Para isso, é preciso que a cidade volte a ser atrativa, principalmente pro comércio e serviço e aí podemos entrar nesta seara de modernização da máquina pública. A dificuldade para abrir uma empresa na cidade é grande. Pretendemos avançar assim. Para diminuir desigualdade e dar oportunidade. A única maneira de tirar pessoas da extrema pobreza é gerar trabalho, emprego e renda.
E na área social, que certamente haverá uma grande demanda, o que pretende implantar, tendo a oportunidade de ser prefeito?
Essa é uma área que conheço porque passei pela pasta de Desenvolvimento Social. Serra tem 150 mil pessoas na linha da pobreza, 25 mil famílias inscritas nos programas sociais como Bolsa Família e Bolsa Capixaba. Com a pandemia, esse número é ainda maior. Está aí o desafio para o próximo gestor. Serra precisa voltar a ser atrativa para os negócios. Infelizmente temos perdido empresas. A Wine desativou uma parte de sua empresa na cidade. A EDP levou parte de sua estrutura pra Vitória. Outra grande empresa teve parte desativada. Isso é muito ruim.
O próximo administrador vai começar a governar com dívidas, já que a atual administração pegou empréstimos que somam R$300 milhões, segundo apontado em debates na Câmara Municipal. Como avalia um novo governo tendo que pagar tudo isso? É preciso fazer um bom governo com este montante a ser pago?
A Câmara tem que cumprir este papel, é sua prerrogativa. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) está aí pra ser aplicada mas as últimas gestões mostram que tem preocupação fiscal. Se o município contraiu estes empréstimos é porque tem saúde financeira para honrá-los. O contrário é crime, tratado com o rigor da lei. A capacidade de investimento não foi lesada. A prefeitura tem capacidade de pegar crédito e saúde para pagar. Estes empréstimos foram aprovados e a Câmara também aprovou tudo isso. Ninguém pega empréstimo sem esta concordância.
A nova realidade certamente demandará experiência administrativa. Qual é a sua experiência em administração pública?
Concordo. Minha experiência em formação acadêmica em gestão é importante, mas tão importante quanto isso são características que prezo como lealdade, honra e honestidade. Fazer Gestão Pública não é difícil. Mas é importante fazer com zelo, moralidade e transparência. Me considero preparado. Nem todo gestor experiente é um gestor honesto.
Há pouco tempo, seu nome aparecia como o sucessor do prefeito Audifax Barcelos. Hoje ouvimos que ele deve ficar ao lado de seu colega de partido, o vereador Fábio Duarte. O senhor vê este apoio como traição?
Estamos construindo nossa base, formando alianças. Quem quer ser prefeito, além de escrever um programa de governo, tem que dialogar, precisa construir seu palanque. Como aliados temos o Democratas, o Avante e o Partido Verde. Estamos numa conversa intensa com outras siglas. Partindo do princípio que a eleição terá dois turnos, porque acho difícil algum candidato alcançar a eleição no primeiro turno, essa aproximação do atual prefeito acontecerá inevitavelmente. Sigo minha vida.
Na sua opinião, quem será o adversário mais forte que poderá enfrentar nas urnas?
Não vou me referir aos meus adversários mas ao momento da política brasileira. É preciso enfrentar este momento com muito diálogo, olhos nos olhos das pessoas. A política não tem melhorado a vida, infelizmente. Já os concorrentes, respeito a todos e considero completamente superáveis.
Sendo eleito, que legado pretende deixar para Serra?
De uma gestão bastante transparente com muito respeito ao Serviço Público e gestão de altíssima qualidade.