Luciana Malini (Progressista) fala sobre seus projetos como pré-candidata à Prefeitura da Serra
Odontóloga do programa Estratégia em Saúde da Família, Luciana Malini gosta de política. Todas as vezes que o marido, Jamir Malini, ocupou um cargo público, seja como vereador da Serra ou deputado estadual, ela atuou fortemente nos bastidores. Foi cedida da Prefeitura de Vitória, onde é concursada, à Prefeitura da Serra por dois mandatos, para atuar como secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres. Agora quer trilhar o próprio caminho e ser a primeira mulher a governar Serra.
Odontóloga do programa Estratégia em Saúde da Família, Luciana Malini gosta de política. Todas as vezes que o marido, Jamir Malini, ocupou um cargo público, seja como vereador da Serra ou deputado estadual, ela atuou fortemente nos bastidores. Foi cedida da Prefeitura de Vitória, onde é concursada, à Prefeitura da Serra por dois mandatos, para atuar como secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres. Agora quer trilhar o próprio caminho e é pré-candidata ao cargo de executivo da cidade que a acolheu. Pretende levantar a bandeira cor de rosa e batalhar pelo espaço que a mulher merece.
“Ser mulher é desafiador. Somos maioria na população e temos apenas três representantes na Câmara. Está na hora de comandarmos a cidade”, garantiu. Conta com total apoio do marido, das duas filhas e da executiva nacional do Partido Progressista.
Por que decidiu ser pré-candidata à Prefeitura da Serra?
Servir é minha paixão. Desde servir à minha igreja, Católica, como a minha família. Sou uma mulher de fé e acredito na força construtora da oração. Tenho um trabalho com as mulheres. Fui secretária da pasta que dá apoio à mulher em situação de violência. Cuidar da mulher é cuidar da família, porque a mulher carrega a família. Ela é cobrada por isso, mesmo se encara o mercado de trabalho. Sou presidente da executiva estadual das mulheres, no meu partido e meu foco tem sido este. O papel da mulher tem crescido. Nossas possibilidades não se limitam. Precisamos estar nos espaços onde as decisões são tomadas. Quero ser inspiração para que outras mulheres possam transformar suas vidas. E a democracia é alternância de poderes e olhares. Está na hora da Serra ser comandada por um olhar feminino.
Como avalia a atual gestão?
Acho que é de superação. O prefeito passou por muitos desafios, como enchentes e um crescimento assustador. Ele fez muito e é preciso que alguém mantenha os bons projetos, como obras. E transforme o que é necessário. Na Saúde, é preciso um acolhimento melhor. O servidor público carece de atenção. Quero cuidar do emocional da população. A pandemia nos mostrou o quanto o emocional tem sido negligenciado mas precisa de cuidados. Talvez, a nível mundial, o suicídio esteja fazendo mais vítimas que o coronavírus.
Segurança e Saúde são os principais problemas de Serra. Como pretende lidar com a questão?
Acredito que a gente pode trabalhar a Segurança ampliando o que foi iniciado. A Guarda nasceu para ser patrimonial e foi para a rua por ausência da presença do Estado. A Guarda precisa de ampliação do efetivo, qualificação e equipamentos.
Sou suspeita para falar em Saúde porque é minha área. Pertenço ao quadro do programa Estratégia em Saúde da Família de Vitória. Trago este modelo. Minha ideia é estar dentro dos lares, o mais perto possível, para atuar de forma mais preventiva e precoce. Não temos que apenas tratar a doença. Precisamos provocar Saúde de todas as formas, desde os resíduos, com foco na prevenção. Saúde é tema muito amplo.
O próximo administrador vai começar a governar com dívidas, já que a atual administração pegou empréstimos que somam R$300 milhões, segundo apontado em debates na Câmara Municipal. Como avalia esta situação?
Trabalhei numa secretaria por oito anos sem um centavo de recursos. Conquistei tudo no poder de articulação. Já estou gabaritada a atuar no fogo quente. Sei que é um desafio mas precisamos responsabilizar os entes. Temos um pacto federativo onde o dinheiro de tributos vai para cima e raramente para baixo. Temos diversos atores políticos para nos ajudar.
Outro problema que o próximo governante terá diz respeito ao empobrecimento da população durante a pandemia do Covid-19. Muitos comerciantes não conseguiram manter seus negócios ao longo da quarentena e fecharam as portas. O número de desemprego vem crescendo assustadoramente. Como idealiza uma política de atração de indústrias e fomento de novos postos de trabalho?
Acredito que temos que formar uma força tarefa, unir empresariado e comércio. É preciso identificar os problemas e cada um puxar para si sua responsabilidade. O município organiza linha de crédito e oferece capacitação para estimular o empreendedorismo. Não sou a favor de apenas oferecer incentivo fiscal para abertura de indústrias porque uma hora o município vai pagar o preço. Temos que trabalhar de maneira articulada e em conjunto. É assim na Europa.
E na área social, que certamente haverá uma grande demanda, o que pretende implantar, tendo a oportunidade de ser prefeita?
Quem são os grandes atores neste cenário? As organizações sociais (OS). Elas contribuem muito e são especialistas no assunto. Pela própria alternância dos cargos, os projetos se perdem de um governo para o outro. Precisamos fomentar a participação das organizações, pois seus projetos são mantidos. Quero colocar o município como parceiro efetivo destes instrumentos, criando links de parceria. Só cesta básica e cursos não transformam. É preciso manter nossas crianças estudando para transformar a vida de suas famílias.
A Serra é um município grande com muitas carências. E em meio a tudo, o cenário econômico não é dos mais favoráveis. Que tipo de relacionamento seu partido possui com os governos estadual e federal para formar parcerias?
Quanto ao Estado, há uma excelente relação pois estivemos na base de apoio do governador Renato Casagrande. Nosso partido tem o presidente estadual Marcos Vicente como secretário de Desenvolvimento Urbano, além de Marco Delmaestro como subsecretário da Casa Civil.
No Governo Federal, Evair de Mello é o vice-líder na Câmara de Deputados. O partido se posiciona como Centro e tem boa relação com os dois governos. Sei transitar em mares revoltos.
A senhora foi candidata a vereadora da Serra e perdeu. Acredita que terá sucesso numa campanha à prefeitura disputando com deputados, vereador e até ex-prefeito?
Sim, porque hoje estou mais madura e experiente que antes. Estou lutando por aquilo que tenho paixão. Talvez anteriormente não demonstrei às pessoas essa minha paixão. Tenho boa articulação e networking possibilitado pela minha função no partido. Sou apaixonada por realizar e o Executivo nos dá essa oportunidade.
A nova realidade certamente demandará experiência administrativa. Qual é a sua experiência em administração pública?
Por oito anos atuei como secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, atuando diretamente com vítimas de violência doméstica. Sou orgulhosa por Serra ser a única cidade capixaba a ter uma pasta voltada para a mulher. Mulher é especial. Mesmo diante de todos os problemas, ainda quer lutar para preservar e resgatar sua família.
O mundo viverá um novo normal, após quarentenas e lockdowns. Pensando nisso, que propostas tem para a Educação, sabendo que parte considerável dos estudantes das unidades públicas não tem acesso à internet e computadores, em casa?
Nem para alunos com recursos a Educação à distância é tão eficiente quanto a presencial. Minha filha estuda no Sesi. Percebo que a EAD é um desafio até para as escolas onde os alunos tem acesso à tecnologia. Manter a concentração em casa não é o mesmo. Vivemos hoje buracos graves de internet mesmo para quem é pagante. O Estado optou por oferecer aulas via televisão. Grande parte das famílias são assalariadas, desempregadas e precisam de suporte. O meu sonho é oferecer escola em tempo integral. Se a população me fizer prefeita, farei isto.
Na sua opinião, quem será o adversário mais forte que poderá enfrentar nas urnas?
O que apresentar uma proposta tão eficiente quanto a nossa.
Sendo eleito, que legado pretende deixar para Serra?
O legado da Educação, que é o que transforma. A Educação transformou minha vida e a vida da minha família. Meu marido é de uma família de oito irmãos. Ele foi o único que terminou o Ensino Médio e fez faculdade. Comecei a namorar quando tinha 15 anos. Minha mãe falou: quer seguir a vida com ela? Investe em estudo porque Luciana adora ler e estudar. Tanto é que tenho quatro especializações.
Quando estava para enfrentar o Ensino Médio, tinha vaga para o Magistério e Contabilidade técnica. Minha mãe me fez escolher e decidi cursar o Magistério e abrir mão da minha vaga em Contabilidade para o Jamir. Tenho várias histórias com pessoas humildes que eu incentivei a estudar e conseguiram transformar suas vidas.