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Comerciantes da Serra são exemplos de superação na crise gerada pela quarentena forçada

Comerciantes da Serra são exemplos de superação na crise gerada pela quarentena forçada

Rafael Garcia, da rede de postos Serra Linda, e Liliane Porto, da corretora New Life, conseguiram dar a volta por cima se reinventando. Rafael inaugurou nova unidade do posto e investiu em delivery. Liliane Porto mergulhou no mundo das redes sociais. Eles são exemplos de que com muita luta é possível superar os problemas.

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            A quarentena pegou o mundo de surpresa. A doença representou um pequeno desconforto para os que tiveram apenas um leve quadro gripal. Mas para outros, pessoas físicas e jurídicas, significou a morte. Lojas fecharam as portas. Outras, demitiram em massa. Hoje, quando o comércio tem autorização para manter-se aberto com horário limitado e regras de segurança sanitária, muitos amargam graves prejuízos enquanto houve, ainda, quem conseguisse se redescobrir ao longo da crise e contar uma bela história de superação.

            Na Serra, o cenário não foi diferente. Em recente evento organizado pelo Instituto Civitas, órgão do Terceiro Setor que trabalha pelos direitos sociais difusos, individuais e coletivos garantidos pela Constituição, os empresários Rafael Garcia e Liliane Porto deram seu testemunho de como foi possível reinventar-se e ainda crescer. Ao contrário da maioria dos colegas dos setores de Comércio e Serviço, em vez de demitir, eles aumentaram suas equipes.

            Comemorando vinte anos no mercado, a rede de postos Serra Linda inaugurou mais uma unidade em plena pandemia. “Estávamos programados para abrir um novo posto e decidimos não recuar”, disse o empresário Rafael Garcia.

            Não foi fácil. “Foi um período de muita luta, em que trabalhamos 12h, 14h por dia buscando muita informação, lendo circulares enviadas pelo sindicato, buscando as novidades que chegavam. Eram novos decretos nos levando a mudanças nos procedimentos, contatos permanentes com nossa Contabilidade e muita reflexão para pensar em como minimizar os custos sem perder a qualidade”, confessou.

             A primeira atitude da rede Serra Linda foi olhar o cenário de cima e enxergar o quadro. “As associações e sindicato foram fundamentais. Foram amigos que tínhamos para trocar ideias. Apesar de distantes fisicamente, nunca estivemos tão próximos, trocamos tantas ideias e fizemos tantas reuniões”, contou.

            As reuniões com fornecedores também se intensificaram, através de ferramentas como Google Meet e Zoom. “Na área de Informação, demos um avanço grande. Passado o susto, era o momento de reagir. Nesta hora, são dois caminhos: fuga ou enfrentamento. Decidimos enfrentar”, disse o empreendedor.

            Foi então que Rafael decidiu não recuar e inaugurar um novo posto. “Ressignificamos nossa marca. Tomamos todos os cuidados necessários. Este é o momento dos setores de Comércio e Serviços mostrarmos nosso valor. Nós somos os que oferecemos emprego rápido, ao contrário da indústria que precisa cumprir tantas etapas, da planta à inauguração”, explicou.

            O que fica de toda essa experiência é o cuidado. “Decidi olhar para as demandas do momento e vi a necessidade do almoço delivery. Implantamos um restaurante para este serviço e contratei três novos funcionários, além de uma consultoria e vários fornecedores”, revelou.

            As novidades não pararam por aí. Rafael teve a ideia de estender o delivery também para a troca de óleo. Com isto, passou a vender o serviço três vezes mais. E assim, a família Serra Linda só está crescendo: chegou um estagiário para dar conta dos novos clientes.

            “As pessoas continuam precisando consumir e serem atendidas. Cabe a nós, empresários, termos visão. A equipe caminha no arrasto da energia e vitalidade do líder. E assim, vamos tocando o barco. Não podemos nos enxergar como vítimas do momento ruim da economia. Cada um constrói sua história. Quero ser próspero assim como quero a prosperidade da Serra e do Brasil. Creio em Deus e creio no que posso oferecer de resultados”, finalizou.

            A descoberta da tecnologia e das redes sociais – Quando a pandemia teve início e os estabelecimentos comerciais precisaram ser fechados por tempo indeterminado, a primeira atitude da empresária Liliane Porto foi se desesperar. “Sou uma pessoa off-line. Gosto do contato pessoal, de conversar olho no olho. Por isso, quando uma amiga me disse: “Vai para a internet”, eu pensei: Eu?!”

            Mas Liliane enfrentou as próprias limitações e foi. Sem jornalista por trás, sem qualquer preparo. Proprietária de uma corretora de seguros em Laranjeiras, a New Life, Liliane também é diretora de associações na Associação de Empresários da Serra, a ASES. “A nova diretoria tinha acabado de assumir quando chegou a pandemia”, recorda-se.

            O desafio ainda era maior porque ela precisava oferecer resultados não apenas para seu próprio negócio, mas para seus liderados. As redes sociais foram peça fundamental para enfrentar a crise. “Disponibilizamos nossas contas no Facebook, Linkedin e Instagram para que todos os associados postassem seus produtos e serviços”. Contou.

            Um grupo no WhatsApp foi aberto, não para um encontro de bons dias e boas noites, mas para muita troca de ideias. O resultado foi surpreendente. Encontros que eram mensais se tornaram constantes, com relevantes trocas de informações.

            Liliane garante que a demanda nas redes sociais não vai acabar no pós-pandemia. As redes sociais vieram para ficar. O marketing digital me ajudou a dobrar meus contatos e me levou a fazer nova contratação”, contou.

Mas ela não parou aí: participei de todas as consultorias que o Sebrae ES ofereceu. Preparo é fundamental. Liliane diz que é possível vencer os desafios. “Se nos mantivermos à frente do negócio com todo o esforço necessário, o mercado vai aquecer”, afirmou.

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